A história do Bordado

4 de novembro de 2020

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A origem do Bordado na história da Humanidade

A história nos mostra que o bordado teve sua origem na pré-história, o primeiro ponto utilizado foi o ponto cruz, os nossos ancestrais, que moravam em cavernas, começaram a utilizar a técnica do ponto cruz, com agulhas feitas de ossos e o fio feito de fibras de vegetais ou tripas de animais.

Eles costuravam as suas vestes, que eram feitas da pele dos animais caçados para alimentação. Há uma estimativa de que naquele tempo as roupas já começaram a ser adornadas com bordados, juntamente com artigos de suas casas.

Bordado com aplicação

Já o bordado com aplicação, data de tempos remotos, foi encontrado na Rússia em um fóssil que tinha suas vestes adornadas com aplicação em grânulos de marfim, com estimativa de data de 30 mil anos a.C.

Na Bíblia são feitas muitas referências ao bordado. As civilizações antigas que habitaram as margens do rio Eufrates difundiram muito o bordado por todo o mundo.

Se prestarmos atenção nos monumentos da Grécia antiga, 2.000 AC a 300 AC veremos que as túnicas das esculturas eram forradas de bordados. No episódio da Guerra de Tróia, entre 1300 AC a 1200 AC, em plena idade dos metais, fim da Idade do Bronze e início da Idade do Ferro, Homero fala dos bordados de Helena e Andrômaca.

Bordado na música

O Bordado é referência na música de Chico Buarque de Holanda e Augusto Boal, em referência a esta época da história, Mulheres de Atenas, (Atenas capital da Grécia) no trecho:

“Mirem-se no exemplo
Daquelas mulheres de Atenas
Sofrem pros seus maridos
Poder e força de Atenas
Quando eles embarcam soldados
Elas tecem longos bordados”

Mulheres de Atenas

No oriente, os imperadores nipônicos do século VII vestiam roupas de seda bordadas com imagens do Sol, da Lua, das estrelas, montanhas e de dragões – design muito semelhante ao do traje dos imperadores chineses.

O bordado no Ocidente

A partir do século VII, o bordado tornou-se prática comum também no Ocidente. Nos séculos a seguir as abadias e mosteiros começaram a incentivar o bordado e cederam seus espaços para a prática da arte. As damas da corte e as próprias rainhas começaram a dedicar-se ao bordado.

Muitas cenas da história foram retratadas em tecidos bordados, temos um exemplo significativo é o “Bayeux Tapestry”, bordado com 231 metros de comprimento que mostra a Batalha de Hastings em 1066.

Expansão do bordado em novos continente

Mais tarde o bordado espalhou-se pela Europa, Ásia e Estados Unidos, e se tornou uma arte popular, eram bordados letras do alfabeto, casas, borboletas, flores e diversos outros motivos que eram assinadas pelo bordador. Na Inglaterra foram encontrados trabalhos do ano de 1598.

Nesta época também começaram a ser bordados cenas de pinturas, de temas religiosos, históricos etc.

Então as bordadeiras durante séculos, com agulhas e tecidos copiavam figuras, desenhos de artistas ornamentando toda espécie de vestuário, cama, mesa, banho e toda sorte de peças utilizadas na vida cotidiana de reis e rainhas e do povo em geral. No início do século XVII, surgiram publicações de livros com motivos para bordar animais, árvores, pássaros e flores.

A invenção da máquina de costura

Nesta época, desde o século XVIII, o homem tentou mecanizar a costura e por conseguinte o bordado, em 1755 o alemão Charles Weisenthal, tentou patentear uma agulha para uma máquina de costura, mas não funcional.

Logo mais em 1804 John Scott Duncan  inventou uma máquina de bordar, mas não obteve êxito em sua funcionalidade, outros tentaram até que em 1814 o alfaiate austríaco Josef Madersperger conseguiu inventar e testar uma máquina para costurar e a patenteou.

Não distante, o alfaiate francês Barthélemy Thimonnier observando a forma de trabalhar das costureiras de Lyon, que eram rápidas ao costurar utilizando o ponto de cadeia, inventou a máquina abaixo, que foi chamada de Coseuse (cosedeira), fabricada em 1829.

A inovação dava 200 pontos por minuto, enquanto manualmente se fazia 30. Este equipamento não foi muito bem aceito por alguns trabalhadores da época, pelo medo do desemprego, destruíram 80 máquinas e o obrigaram o inventor a abandonar Paris.

Com as máquinas de bordar e de costura se aperfeiçoando e se popularizando, o bordado começou a ser mecanizado no início do século XX. Os bordados começaram a ser feitos também em máquina de costura doméstica reta e de pedal.

Uma maneira de bordar bastante trabalhosa para o bordador, pois este tem que movimentar bastidores com os braços e a máquina com as pernas para acompanhar a forma das imagens bordadas, causando baixa produtividade.

A máquina industrial

A melhoria da produtividade se deu com a máquina de bordar industrial que tinha o ponto em zig-zag. Mas ainda o bordador tem que movimentar o bastidor para acompanhar a forma da figura bordada.

Assim o bordado manual e o feito a máquina começam a conviver. No início desse século o XX, as escolas ensinavam desde a infância a arte de bordar, principalmente para as meninas, para que elas soubessem bordar seus enxovais.

Era bonito ter todo seu enxoval bordado para a mulher, muitas vezes era preparado durante anos cada peça do enxoval para o casamento.

Até década de 50 do século XX, tivemos o bordado em branco em lençóis, toalhas de mesa e lenços. O bordado da Ilha da Madeira, era executado com fio azul claro sobre o tecido branco, muito usado em enxovais.

O surgimento do bordado eletrônico

Com a evolução da informática na década de 80, surgiram a máquinas de bordar eletrônicas profissionais e industriais. As máquinas são integradas com softwares que decodificam as figuras a serem bordadas, os bordados são aperfeiçoados, dando qualidade e facilitando o prazer de bordar, aumentado desta maneira a produtividade.

Este processo vem se aprimorando à passos largos, acompanhando a evolução da informática com softwares cada vez mais criativos, dando novos horizontes para o mundo maravilhoso dos bordados. Com isso o homens estão se envolvendo cada vez mais com a arte de bordar, desenvolvendo softwares e também na operando máquinas.

O bordado cada vez mais se industrializa e a indústria de confecção sente-se mais à vontade para agregar valor e utilizar este complemento em série e embelezar as peças do vestuário.

E então, gostou de saber mais sobre a história do bordado?

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O autor

Leonardo Sant'Ana

Leonardo Sant'Ana da cidade de São José do Rio Preto - SP, programador de matrizes de bordados desde 2009, trabalhou a 7 anos em um bordado aprendendo desenvolver matrizes de alta qualidade, vendo suas criações serem bordadas para todo Brasil. Em 2016 decidiu começar a empreender, trabalhar apartir de sua casa e fundou a sua empresa Free Hand, empreendendo com produtos digitais e ensino online de criação de matrizes de bordados. Atualmente dedica seu tempo na Free Hand e com seus alunos que fazem parte do programa Criar Matrizes de Bordado, Sua missão é mostrar ao mundo que de fato é possivel empreender pela internet

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